Quais os impactos das novas normas regulamentadoras para o mercado da
Construção Civil e para o consumidor final? Em 2012 o Ministério da Previdência
Social divulgou ao mercado que houve mais de 62 mil acidentes registrados, com
as mais de diversas gravidades, no setor da Construção Civil no Brasil. Este
número representa um aumento de 12% em casos ocorridos, comparado aos últimos
dois anos. Hoje, o Ministério do Trabalho enxerga que por meio de normas
regulamentadoras a situação poderá melhorar em todos os aspectos e, assim, o
Brasil estará mais preparado para demandas e oportunidades do setor. Outra NR
que causará um forte impacto no mercado é a 16.280, divulgada recentemente pela
ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que entrará em vigor no dia 18
de abril. O documento apresenta um roteiro de procedimentos a seguir antes,
durante e depois de uma obra. Análise de Expedito Eloel Arena sobre o cenário
das NRs no mercado Segundo Arena, a NR 12, por se tratar de todas as máquinas
dos setores, ficou muito abrangente e no desejo de aplicar princípios gerais,
foi esquecido que cada atividade e máquina têm sua especificidade, ficando
impossível definir tudo numa só norma, deixando o mercado brasileiro inteiro na
ilegalidade. Ele cita o exemplo de uma ferramenta elétrica. “Esta norma diz que
o trabalhador não pode ter contato com partes girantes da máquina. Uma simples
furadeira para furar madeira, concreto e alvenaria, não atende este requisito,
pois enquanto se faz o furo, o mandril do equipamento gira e qualquer um pode
ter contato”, explica Arena. O mercado de máquinas e equipamentos para
construção tem se mobilizado. O setor de betoneiras reuniu todos os fabricantes
do Brasil, além de uma comissão técnica, e junto com a ABIMAQ estão trabalhando
junto com a ABNT. O objetivo é a criação de uma norma brasileira, específica
para betoneiras. “Geralmente quando não se tem norma no Brasil se recorre às
normas internacionais. Neste caso da betoneira, não existe nenhuma especifica
para o equipamento. Dessa forma, os fabricantes e usuários estão trabalhando
nisto para não serem pegos de surpresa”, revela o fundador da Casa do
Construtor. Arena mostra que a melhor alternativa para prevenir acidentes é o
conhecimento. “Quando há mudanças, seja por norma ou rotina de trabalho, existe
um desconforto e certa dificuldade, seja por falta de informação, dificuldade
de sair da zona de conforto ou por não encontrar produtos adequados às novas
tecnologias. Mas, depois de algum tempo e conhecimento adquirido, notamos que
esse cenário passa e se transformar numa obra melhor, sem acidentes, mais
limpa, rápida e sobre tudo mais econômica”, finaliza o executivo.
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