terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Tecnologia usada nos prédios resistentes a terremotos

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Em meio à destruição causada pelo terremoto seguido de tsunami que atingiu a costa leste do Japão prédios continuam em pé apesar do forte tremor.  O que explica isso são as altas tecnologias de engenharia civil desenvolvidas há anos pelos japoneses para minimizar os prejuízos e mortes causados pelos desastres naturais. “Eles concebem o prédio como um elemento dinâmico, já que ele estará sempre sujeito a movimentos em qualquer direção”, explicou André Dantas, engenheiro civil especialista em logística de desastres e professor associado da Universidade de Canterbury (Nova Zelândia).
Os estudos sobre construções resistentes a terremotos começaram fora do Japão na década de 70. Dois pesquisadores, Robert Park e Thomas Paulay, iniciaram estudos na Nova Zelândia sobre como desenvolver elementos de construção, como o pilar e a laje, mais resistentes aos abalos sísmicos. Depois do terremoto de Kobe, em 1995, que matou cerca de 6,5 mil pessoas, os japoneses passaram a investir mais em novas tecnologias na construção civil. “Os japoneses levaram  técnicas já desenvolvidas a um nível assustador”, diz Dantas.
Ao construir um novo prédio, a preocupação começa na fundação, parte do edifício que fica em contato com o solo. Os prédios ganham alicerces com suspensão para absorver o impacto gerado pelo terremoto. Nos prédios como os do governo japonês, são instalados amortecedores eletrônicos, que podem ser controlados à distância. Em prédios mais simples são usados amortecedores de molas que funcionam de um jeito parecido à suspensão de veículos. Os engenheiros também colocam um material especial para amortecer as junções entre as colunas, a laje e as estruturas de aço que compõe cada andar. “Esse material ajuda a dissipar a energia quando a estrutura se movimenta em direções opostas, assim o prédio não esmaga os andares intermediários”, explica Dantas. Todos os andares possuem, além de paredes de concreto, uma estrutura de aço interna, que ajuda a suportar o peso do prédio.
Uma das partes mais importantes dos prédios com tecnologias mais modernas contra terremotos é o sistema de contrapeso inercial: instalada na parte mais alta, uma bola pesada o bastante para movimentar o prédio no sentido contrário às vibrações do solo atenua o movimento e permite que o prédio se mantenha 40% mais estável durante um terremoto.
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Uma bola pesada o bastante para movimentar o prédio no sentido contrário às vibrações do solo atenua o movimento e permite que o prédio se mantenha 40% mais estável durante um terremoto
Os vidros das janelas, uma das partes mais sensíveis da construção, são envolvidos por borracha, para que não fiquem em contato direto com a esquadria de aço. Com isso, enquanto o prédio sacode, o vidro também se movimenta, porém de maneira controlada.
Este conjunto de tecnologias permite que os prédios mais modernos do mundo passem por terremotos sem comprometer a estrutura física da construção. Contudo, como cada prédio pode ser construído para suportar uma intensidade máxima de terremoto, alguns edifícios podem desabar após enfrentar uma série de abalos sísmicos em um curto espaço de tempo. “Uma estrutura já debilitada por um tremor inicial está suscetível a danos maiores”, diz Dantas.
Os engenheiros de países localizados em regiões com alta movimentação de placas tectônicas tentam preparar os prédios para suportar terremotos de diversas intensidades. Novos estudos mostram que em breve empresas poderão ajustar os sistemas de contenção das construções pelo computador no momento em que o terremoto começar. “Todas essas tecnologias serão controladas em conjunto a partir de informações de sensores”, diz Dantas.
Ao instalar sensores em todos os elementos que compõe uma edificação, um engenheiro receberá informações em tempo real sobre o início, intensidade e variações do terremoto. Depois de analisar as melhores técnicas, ele acionará via internet os dispositivos que controlam cada estrutura flexível do prédio. Será possível, por exemplo, aumentar a velocidade do pêndulo para compensar movimentos bruscos causados pelo terremoto.
Entre as universidades que conduzem estudos científicos sobre o assunto estão a Universidade de Nagoya (Japão) e a Universidade de Washington (EUA). Os sistemas, contudo, ainda não estão prontos para instalação em prédios.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Conheça projeto que moveu prédio de 6,2 toneladas de lugar

Uma enorme operação de engenharia chamou atenção do mundo inteiro ao servir como uma alternativa milionária para salvar um prédio histórico em Zurich que estava sendo ameaçado de ser demolido para dar passagem à expansão dos trilhos da estação ferroviária Oerlikon.
O prédio, conhecido pelo nome MFO (Maschinenfabrik Oerlikon), é uma grande estrutura de com tijolos, construída em 1889, com 80 metros de comprimento, 12 metros de largura e que pesa cerca de 6.200 toneladas. Hoje o edifício abriga a administração da empresa Oerlikon. Foi construído como uma antiga fábrica de ferramentas e maquinários e é atualmente um dos últimos imóveis remanescentes da era industrial no norte de Zurich.
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O edifício de 124 anos de idade foi deslocado por 60 metros para oeste utilizando 500 cilindros posicionados sob o edifício, duas prensas hidráulicas que ‘empurravam’ o edifício e outras duas que estavam posicionadas para corrigir qualquer desvio de percurso que pudesse ocorrer.
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O projeto foi preparado em dois anos e o re-posicionamento, que ocorreu em maio de 2012, durou dois dias. A operação toda foi financiada pela empresa de investimentos imobiliários Swiss Prime Site e custou 13.490.000,00 francos suíços, correspondente a cerca de 32.250.000,00 reais.
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Um fato interessante é que essa não é a primeira operação do tipo realizada pela empresa Swiss Prime. Ela já moveu restaurantes, igrejas e pontes nos últimos 60 anos. Em 1960, a empresa foi contratada pela rainha Astrid, da Bélgica, para mover um edifício de 160 toneladas em Küssnacht por 50 metros para dar caminho para a construção de uma nova estrada. Mas de fato, o MFO é o maior edifício que já foi re-posicionado.
Confira abaixo o vídeo de toda a operação, filmado e transmitido ao vivo pela empresa Swiss.

Congonhas agora está presente no Google Street View

imagem (1)Os Mapas do Google têm uma novidade para os viajantes neste fim de ano. A partir de agora, mais 50 estações de trem e metrô, e 16 aeroportos do mundo inteiro – incluindoCongonhas, em São Paulo – podem ser vistos em fotos panorâmicas pelo Street View. A intenção é que você saiba onde vai pisar antes mesmo de chegar ao país dedestino. A partir das fotos, os usuários podem saber onde fica um determinado portão de embarque ou esteira de bagagem, por exemplo.
Além de Congonhas, o Google fotografou outros 15 aeroportos internacionais – como Barajas, em Madri, e Gatwick, em Londres – mais de 50 estações de trem e metrô e uma de teleférico em Hong Kong. Confira aqui todos os novos mapeamentos.
“Além das vantagens de permitir explorar seus destinos favoritos, agora o Street View também pode ajuda-lo a conhecer melhor sua rota de viagem e eliminar o estresse de aeroportos e estações locais”, disse a empresa em comunicado.
Segundo o Google, esta atualização é um dos primeiros esforços da companhia para mapear grandes locais de trânsito de pessoas.
Veja abaixo Congonhas e deixe-nos saber nos comentários o que achou da novidade:

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Smartphone controla privada

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É, a tecnologia não tem limites. A tendência de casas serem cada vez mais automatizadas já é uma realidade, como controle de luz e itens de segurança, mas essa com certeza é a mais inesperada. Agora, já é possível controlar a privada de sua casa a distância apenas com um smartphone em mãos.
Criada pela empresa japonesa Lixil, o Satis é um assento sanitário com Bluetooth, possível de ser comandado por meio de um aplicativo para o sistema Android. Com o aplicativo, é possível levantar o assento do vaso à distância, dar descarga e até colocar um musiquinha relaxante para tocar pelo alto-falantes do produto nos momentos de aperto. Qual música colocaria pra marcar este momento? Consigo pensar em algumas bem apropriadas.
Para quem é sistemático como Sheldon Cooper, o aplicativo também ajuda a monitorar suas idas ao banheiro, em uma espécie de diário.
Estranho não?

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Cientistas tentarão clonar animal extinto pela 2ª vez

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Um grupo de cientistas na Espanha conseguiu financiamento para verificar se um tipo de cabra de montanha extinta pode ser clonada a partir de células preservadas. O último bucardo (Capra pyrenaica pyrenaica) morreu em 2000, mas células do animal foram congeladas em nitrogênio líquido.
Em 2003, um filhote da espécie chegou a ser gerado a partir de clonagem, mas morreu minutos após o nascimento. Esse foi o primeiro caso de “desextinção”, no qual uma espécie ou subespécie perdida foi ressuscitada.
Agora, os cientistas querem testar a viabilidade de usar novamente as células preservadas da última fêmea de bucardo após 14 anos para mais uma tentativa de desextinção. Segundo os pesquisadores do Centro para Pesquisas e Tecnologia Alimentar de Aragón, em Zaragoza, o primeiro passo agora é verificar se as células da última fêmea, batizada de Celia, ainda estão vivas após 14 anos de congelamento.
A partir daí, eles poderiam tentar clonar embriões e implantá-los em cabras de outras subespécies. “Nesse processo, um ou mais clones fêmeas de bucardo podem ser obtidos. Se esse for o caso, a viabilidade de um plano para a recuperação do bucardo poderá ser discutido”, disse Alberto Fernandez-Arias, um dos coordenadores dapesquisa.
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O bucardo é uma subespécie com características físicas e genéticas distintas às de outras cabras montanhosas que habitam a Península Ibérica. Ela estava perfeitamente adaptada à vida em seu habitat e era capaz de sobreviver ao frio extremo e à neve do inverno nos Pirineus.
Porém sua população vinha declinando por anos por várias razões, incluindo a caça. Em abril de 1999, pesquisadores capturaram o último animal, Celia. Eles realizaram biópsias da pele e congelaram o tecido em nitrogênio líquido, à temperatura de -196ºC.
No ano seguinte, Celia foi morta por uma árvore que caiu no Parque Nacional de Ordesa, no noroeste da Espanha. Mas os pesquisadores conseguiram injetar o núcleo das células preservadas de Celia em óvulos de cabras cujos DNAs haviam sido retirados.
Eles então implantaram os óvulos em outras fêmeas, híbridas entre cabras montanhosas ibéricas e cabras domésticas. De 57 óvulos implantados, sete geraram gestações, das quais apenas uma foi até o final. O filhote de bucardo nasceu em 2003 – a primeira desextinção da história. Mas o clone de Celia morreu poucos minutos depois, por causa de um defeito em um dos pulmões.
Mesmo se o novo esforço conseguir produzir clones saudáveis, um eventual plano futuro para recuperar o bucardo enfrentaria inúmeras dificuldades, especialmente pelo fato de que as únicas células preservadas são de uma única fêmea.
Uma possível saída para trazer os bucardos de volta à vida seria cruzar uma clone fêmea saudável com uma subespécie próxima, para então promover cruzamentos seletivos entre os descendentes para fortalecer os traços típicos do bucardo.
Outras possibilidades também poderiam ser exploradas. Por exemplo, pesquisadores já foram capazes de reverter o sexo de embriões de camundongos fêmeas ao introduzir um gene específico que os fez se desenvolver como machos. Com isso, poderiam gerar clones de diferentes sexos, permitindo a reprodução natural posterior.

O hotel mais luxuoso do mundo

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Considerado ícone da moderna cidade de Dubai, capital dos Emirados Árabes, o maior hotel do mundo, Burj Al Arab, é uma maravilha da construção civil e uma referência da construção com aço. O arquiteto Tom Wright da WS Atkins PLC disse: “O cliente (Sheik Said Khalil) queria um edifício que se tornasse um ícone ou um símbolo declarado de Dubai, que fosse espantosamente lindo e semelhante à Ópera de Sydneyà parisiense Torre Eiffel. Ele precisava ser um edifício que iria tornar-se sinônimo do nome daquele país”.O hotel expõe a maior vantagem proporcionada por esse material, a ousadia, as curvas e as formas. A construção com aço estreita a união da engenharia com a arquitetura, possibilitando que obras extremamente desafiadoras surjam mundo a fora. Tudo isso é possível graças a duas propriedades características do aço, flexilidade e construtibilidade.
O hotel em fase de construção
O hotel em fase de construção
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Burj Al Arab encontra-se sobre uma ilha artificial a 15 km da costa de Dubai.
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A estrutura possui 4 elementos em aço, sendo eles:
  1. Junção entre braçadeira e haste.
  2. Armações/braçadeiras
  3. Haste central
  4. Hastes curvilíneas
O hotel possui 321 metros de altura, mais alto que a torre Eiffel e um pouco menor que o edifício Empire State, outras duas maravilhas modernas feitas com aço estrutural. Sua construção custou cerca de $ 650 milhões e foi realizada pelo grupo sul-africano de construção Murray & Roberts. Com início em 1994, o hotel foi inaugurado 5 anos depois, em dezembro de 1999. O Burj Al Arab tem um esqueleto de estrutura metálica formado por pilastras curvadas de 85 metros cada que ajudam a proteger a edificação dos efeitos do vento, ao mesmo tempo em que compõe a espetacular forma de veleiro. O hotel foi construído com duas colunas partindo do chão, originando um “V” que forma um imenso mastro, enquanto que, nos espaços entre elas, foram erguidos os andares. Suas acomodações mais simples possuem aproximadamente 52 m², contendo jacuzzi e sala de estar. Possui suítes de dois andares com escadas de mármore, além de duas suítes reais localizadas no 25º andar, com cinema e elevador privativos. O hotel é decorado em ouro dentro e fora dos quartos, além do átrio de entrada.
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Algumas dificuldades encontradas para a construção desse faraônico hotel foram a construção da ilha artificial que suportaria a estrutural do hotel, o transporte e o erguimento de peças de aço de mais de 85 metros de comprimento e com mais de 150 toneladas, a variação elevada de temperatura que implicava em uma elevada dilatação do aço, a dificuldade de encaixar as peças de aço com precisão milimétrica mesmo com a dilatação térmica elevada, equilibrar o peso do exoesqueleto para combinar segurança contra tombamento pela força do vento a 300 metros de altura e estética e visão proporcionada aos clientes do Burj Al Arab, as instalações elétricas capazes de suportar uma voltagem de 14 kVolts por suíte e  um restaurante com vãos de 27 metros para a direita e para a esquerda do ponto de apoio a mais de 200 metros de altura que oferecesse a sensação de uma jantar nas nuvens. Mesmo com tantas dificuldades o hotel foi construído dentro do prazo e em 6 anos foi inaugurado.
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Acima, uma imagem do primeiro esboço do hotel feito em 1993.

Concreto projetado para túneis

O uso do concreto projetado para o revestimento de túneis não é uma solução nova. Nos últimos anos, contudo, tem adquirido maior importância dado o avanço dos métodos de aplicação e de controle do concreto. Normalmente empregado em túneis com escavação manual ou túneis mineiros, mais conhecidos como New Austrian Tunnelling Method (NATM), o concreto projetado pode ser útil tanto nos casos de túneis em solos, quanto em rocha, sempre que houver a necessidade de suportar o maciço em curto prazo. As aplicações se destinam desde o revestimento primário de túneis até o revestimento definitivo, em substituição à solução tradicional de revestimento final em concreto moldado in loco.
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Robô da Putzmeister projeta 20 m³/h de concreto, o equivalente a três betoneiras, na concretagem da Linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro (Barra da Tijuca – Ipanema), no trecho entre a Barra e a Gávea
A técnica consiste em um processo contínuo de projeção de concreto sobre a base, por meio de bomba sob pressão (ar comprimido). Todo o procedimento ocorre em velocidade controlada, de modo que o impacto do material sobre a superfície promove sua compactação sem a necessidade de vibradores, resultando em um concreto de alta compacidade e resistência.
Roberto Kochen, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e diretor técnico da GeoCompany, explica que um ponto forte desse sistema é a aplicação veloz, dispensando procedimentos como a montagem e desmontagem de fôrmas. Além disso, o concreto projetado em túneis abrevia a etapa de cura, já que dá pega e ganha resistência rapidamente. As especificações técnicas usuais requerem resistência de cerca de 10 MPa em um intervalo de dez horas.
Métodos de projeção
Há, no mercado, duas formas consagradas de se empregar o concreto projetado: por via seca e por via úmida. No processo via seca é feita uma mistura a seco de cimento e agregados. No bico projetor existe uma entrada de água que é controlada pelo operador. O concreto seco é então conduzido sob pressão até o bico onde recebe a água e os aditivos. As vantagens desse processo é que o operador pode controlar a consistência da mistura no bico projetor durante a aplicação e pode-se utilizar mangote com maior extensão. Essa metodologia também utiliza equipamentos de menor porte e possibilita projetar pequenos volumes com menor desperdício. Em contraposição, o controle da quantidade de água feito pelo mangoteiro pode levar a uma grande variabilidade na mistura. “Outro inconveniente é que o grau de poeira decorrente da projeção seca é muito alto, exigindo o uso de equipamentos de proteção individuais mais sofisticados”, comenta o engenheiro Luiz Antônio Naresi Júnior, gerente de obras e comercial da Progeo.
Túnel Santa Luzia, que integra a construção do Trecho Leste do Rodoanel de São Paulo, foi escavado pelo método New Austrian Tunneling Method (NATM). O revestimento primário foi com concreto projetado a úmido
Túnel Santa Luzia, que integra a construção do Trecho Leste do Rodoanel de São Paulo, foi escavado pelo método New Austrian Tunneling Method (NATM). O revestimento primário foi com concreto projetado a úmido
No processo via úmida, o concreto é preparado misturando-se na câmara própria, cimento, agregados, água e aditivos. O preparo é lançado pelo mangote até o bico projetor. Essa metodologia permite avaliar precisamente a quantidade de água na mistura e garantir que a hidratação do cimento foi feita adequadamente, o que confere a certeza da resistência final do concreto.
Além disso, esse processo confere perdas menores com a reflexão do material e produz menor quantidade de pó durante a aplicação. Vale lembrar que a reflexão do concreto projetado é um inconveniente a ser evitado. A quantidade de reflexão depende de muitos fatores, tais como a hidratação da mistura, a relação água/cimento/agregado, a granulometria dos agregados, a velocidade de saída do bico projetor, a vazão do material, o ângulo da superfície de base, a espessura aplicada e a destreza do mangoteiro. A quantidade refletida varia entre 10% e 30% em superfícies verticais.
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No Rio de Janeiro, o túnel da Grota Funda, ligando os bairros do Recreio dos Bandeirantes a Guaratiba, utilizou concreto projetado com fibras de aço como revestimento definitivo
A projeção via úmida utiliza equipamentos de maior porte, adequados para produção de grandes volumes por hora. “Ainda que o equipamento de projeção seja mais caro, o menor transtorno na operação e a redução de riscos à segurança dos trabalhadores têm induzido a preferência pela projeção úmida”, conta Naresi. “Resumidamente, se for necessário aplicar pequenos volumes de concreto projetado, o via seca é mais econômico e mais indicado. Para volumes médios a grandes, o via úmida é melhor e resulta em um concreto de melhor qualidade”, acrescenta o professor Roberto Kochen.
Mistura e armação
A aplicação bem-sucedida do concreto projetado para o revestimento de túneis, quer seja em aplicações como suporte primário ou como revestimento definitivo, depende diretamente do traço (definido em projeto de acordo com as características de cada aplicação) e do preparo adequado do concreto. Em princípio, qualquer tipo de cimento pode ser empregado. Contudo, cimentos muito finos são indicados apenas para aplicação via úmida (por proporcionar maior coesão). Para uso por via seca, esses cimentos são contraindicados.