quarta-feira, 24 de abril de 2013

Novo método de produção de cimento diminui em 40% a emissão de CO2


ABRIL 18, 2013 by KAUÊ FRANCISCHELLI in +POPCIVILCURIOSIDADESUSP with 1 COMMENT
concreto-blog-da-engenhariaA nova técnica foi criada pelos alunos da Escola Politécnica (USP)
Os alunos da Escola Politécnica apresentaram nesta semana um novo método capaz de reduzir em até 40% a produção de gás carbônico na criação de cimento. Segundo cientistas, a produção de cimento corresponde atualmente a 5% do total de gás carbônico emitido na atmosfera. Utilizando mais racionalmente o controle, a seleção e as matérias-primas utilizadas na sua produção, houve um aumento considerável em termos de qualidade e maleabilidade.
Através do método, são reduzidas as quantidades de clínquer – a matéria-prima do cimento – e agregadas quantidades superiores de filler – um ingrediente que, ao contrário do clínquer, não necessita ser aquecido para ser obtido.  O clínquer, ao ser obtido pelo aquecimento e cozimento de calcário e argila, emite uma quantidade aproximada de 850 kg de CO2 por tonelada produzida. Após passar pelo processo de aquecimento, o clínquer é então moído, adicionando-se uma pequena concentração de gesso.
Segundo Vanderley John, professor da Poli e um dos responsáveis pelo projeto, “a indústria busca alternativas para aumentar a eco eficiência do processo substituindo parte do clínquer por escória de alto-forno de siderurgias e cinza volante, resíduo de termelétricas movidas a carvão. O problema é que a indústria do aço e a geração de cinza crescem menos que a produção de cimento, o que inviabiliza essa estratégia em longo prazo”.
A fim de se obter uma quantidade superior de filler, são adicionados dispersantes orgânicos que possibilitam a utilização de menores quantidades de água na mistura, por não necessitarem passar pelos processos de tratamento técnico, a calcinação.
Em laboratório, foi possível alcançar a marca de um teor próximo a 70% de filler, teor este que atualmente se encontra entorno de 10% a 30%. Com isso, se espera obter o dobro de sua produção sem a necessidade de construção de fornos, estabilizando assim as emissões.
Com a finalidade de obter sucesso em sua nova fórmula, a meta é desenvolver uma tecnologia de moagem em escala industrial.  Um exemplo de filler muito utilizado é o calcário cru que, ao ser moído em porções muito finas, deve passar por um processo extremamente rigoroso de tratamento e controle de qualidade.
Para otimizar a maleabilidade do cimento, a tecnologia responsável pelo controle e seleção das substâncias separa os grãos por tamanho, aplicando conceitos de reologia e escoamento de fluídos, aperfeiçoando a qualidade do material obtido.
Segundo Bruno Damineli, cursando doutorado na Poli, “um concreto de alta resistência com o novo método de produção de cimento pode utilizar 120 quilos por tonelada, ao invés dos 500 quilos usados atualmente”. O consumo anual de cimento atinge a marca de 3,6 bilhões de toneladas, atualmente. As estimativas sugerem que, em 2050, haja um aumento de 2,5 vezes em sua demanda, totalizando uma emissão de 20% de gás carbônico emitido.
Fonte: Agência Usp de notícias.

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