quarta-feira, 19 de junho de 2013

A evolução dos EPRs no Brasil é uma constante




Apesar de ainda engatinhar no Brasil, a evolução dos EPRs (Equipamentos de Proteção Respiratória) é constante, principalmente embalada pelas crescentes exigências do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) para obtenção dos CAs (Certificados de Aprovação) para 10 diferentes tipos de equipamentos, e também com a entrada da Peça Semifacial Filtrante - PFF1/PFF2 /PFF3, a máscara descartável, no âmbito do Sistema Inmetro.

Em termos financeiros, o mercado está em crescimento, assim como o de toda a gama de EPIs. A demanda é o trunfo principal. Conforme especialistas, multinacionais que passaram a atuar no mercado doméstico têm proporcionado produtos tecnologica­mente mais avançados, criando uma saudável concorrência. No ano de 2011 os EPRs movimentaram mais de R$ 215,8 milhões, 5% mais do que em 2009 (R$ 205,4 milhões). Os dados são da Animaseg (Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho).

A importância do EPR adequado não pode ser relativizada, pois o produto é determinante no risco de morte no trabalho. São respiradores ou máscaras que pro­tegem contra a inalação de contami­nan­tes químicos, biológicos, gases, vapores e também no caso de falta de oxigênio - principalmente no combate a incêndios.

O diretor-executivo da Animaseg, Raul Casanova, que também é superintendente do Comitê Brasileiro de Equipamentos de Proteção Individual (CB 32), adianta que está em desenvolvimento o Projeto ISO 16.972, termos, definições, símbolos gráficos e unidades de medida. A CE (Comissão de Estudo) também vem trabalhando o Projeto EPR - Classificação dos Equipamentos de Proteção Respiratória (ABNT/NBR 12543) que em breve será  en­caminhado  para consulta nacional.
Casanova ressalta que a atualização da normatização é essencial para que o segmento tenha os parâmetros para produzir com a qualidade necessária visando a proteção dos trabalhadores. "Hoje atuamos como membros participa­tivos na elaboração das Normas ISO de âmbito internacional", acrescenta.

PROGRAMA
O engenheiro químico  e consultor Maurício Torloni, um dos criadores e coordenador técnico do PPR (Programa de Proteção Respiratória), de 1994, ressalta que os produtos brasileiros estão num patamar bom de desenvolvimento, embora so­mente a peça semifacial filtrante esteja no âmbito do sistema Inmetro de certi­ficação.  "Claro, as multinacionais que atuam no Brasil ajudaram a criar essa cultura de qualidade. O mercado vai melhorando, mas ainda temos muito que fazer, principalmente nos aspectos que tangem o PPR. Se as pessoas não conhecem como vão aplicar?", frisa.

O PPR foi criado através da Portaria nº 1 de 11 de abril de 1994, emitida pelo MTE. Torloni recorda que ele foi elaborado a partir de uma demanda judicial ­entre o Ministério do Trabalho e fabricantes de máscaras descartáveis. "Existia uma denúncia do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco/SP de que trabalhadores que utilizavam essas máscaras estavam contaminados. O problema foi apontado como sendo da máscara, mas a empresa conseguiu provar que não havia problema com o equipamento e sim com má utilização", conta.

A partir da problemática judicial encontrada no interior paulista, foi formada uma comissão na Fundacentro, presidida pelo engenheiro. O objetivo era estudar um pro­grama de capacitação que auxiliasse na elaboração de um sistema de proteção respiratória dentro das empresas. Os estudos deram origem ao PPR, que depois se tornou obrigatório, e estabeleceu um regulamento técnico sobre o uso dos E­quipamentos de Proteção Respiratória.

Reportagem de Diego Rosinha
Foto: Divulgação 3M 

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